quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bagé será sede do VIII Seminário de Vitivinicultura da Metade Sul do RS

O município de Bagé será a sede do VIII Seminário de Vitivinicultura da Metade Sul do RS, que será realizado nos dias 11 e 12 de agosto de 2011 no Clube Comercial. O governador Tarso Genro estará presente na abertura. O objetivo do evento é apresentar temas relevantes para o desenvolvimento tecnológico e setorial da vitivinicultura na Metade Sul do RS, contribuindo para a competitividade dessa atividade integrante da matriz produtiva da região Sul do Estado.
Promoção: Comitê de Fruticultura da Metade Sul do RS, Embrapa Uva e Vinho, SEAPA, Emater-RS, Ibravin, Associação de Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha e  Sebrae-RS
Apoio: Associação Bageense dos Fruticultores

Para mais informações, clique aqui. Confira a programação. As inscrições podem ser feitas por meio do site da Embrapa.

Vapor do Vinho, o novo roteiro turístico da Bahia



Desde maio de 2011, os turistas têm mais uma opção de passeio turístico na Bahia. É o Vapor do Vinho, que percorre o Vale do São Francisco e leva os visitantes para conhecer a beleza do Lago do Sobradinho (segundo maior lago artificial do mundo) e a produção de vinhos da região.
Realizado numa embarcação típica do São Francisco - a Barca Rio dos Currais, o passeio começa em Juazeiro, de onde os turistas seguem por via rodoviária até o atracadouro, a dois quilômetros da represa de Sobradinho. Dali, navegam nas águas calmas do lago, aproveitando a bela vista e as apresentações de música regional.
Com cerca de duas horas e meia de duração, o passeio leva o turista até a Vinícola Ouro Verde, localizada no município de Casa Nova, onde é possível conhecer as plantações de uva e todas as etapas da produção de vinhos, espumantes e brandy.

Parceria

O Roteiro do Enoturismo foi desenvolvido em parceria entre o Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Turismo, e a Vinícola Ouro Verde, que pertence ao Grupo Miolo. Segundo o secretário do Turismo, Domingos Leonelli, o novo passeio cumpre o papel de interiorizar o turismo baiano e se torna mais uma boa opção de passeio para quem visita a Bahia. “É um passeio lindo, o lago é deslumbrante e esse certamente será um roteiro turístico muito importante”.
Com capacidade para 50 pessoas, o Vapor tem suas viagens realizadas todos os sábados e percorre um pequeno trecho do Lago de Sobradinho até a vinícola. O passeio custa R$ 80 e inclui uma visita aos vinhedos e à linha de produção das bebidas do Vale do São Francisco.
(Fonte: Secretaria de Comunicação Social do Governo da Bahia).

A vinícola

O Vale do São Francisco é uma das novas regiões vitivinícolas brasileiras produtoras de vinhos finos. É responsável por 95% da uva de mesa fina cultivada no país. Em virtude do clima tropical semi-árido, com grande incidência de insolação e baixa precipitação de chuvas, os vinhedos são irrigados por sistema de gotejamento.
A Vinícola Ouro Verde está localizada no município de Casa Nova na Bahia. A uma latitude de 08º e a 300m de altitude, o Vale do São Francisco possui uma topografia plana havendo uma predominância de declividades inferiores a 2%.
A vinícola produz anualmente 2 milhões de litros entre vinhos e espumantes em 200 hectares próprios, mais 520 mil litros de vinho para brandy. Até 2018, a estimativa é produzir 5 milhões de litros de vinhos e 4,8 milhões de litros de vinhos para brandies, ampliando os vinhedos para 400 hectares.



Fotos: João Ramos - Bahiatursa

terça-feira, 26 de julho de 2011

Vinho de 200 anos é vendido por R$ 190 mil em Londres

BBC Brasil

O recorde mundial para o vinho branco mais caro do mundo foi quebrado nesta terça-feira em Londres, com a venda de uma garrafa de 200 anos de idade do Chateau d'Yquem por 75 mil libras, cerca de R$ 190 mil.
O empresário francês Christian Vanneque disse que exibirá a garrafa por trás de um vidro à prova de balas em seu restaurante em Bali, na Indonésia.
No vídeo, o enólogo Stephen Williams, da Antique Wine Company, examina as diferenças entre um vinho raro e um comum. Assista:

terça-feira, 12 de julho de 2011

Revista Brasileiros: por que devemos conhecer os vinhos de Bento Gonçalves

Artigo de Gabriela Monteleone, publicado na Revista Brasileiros - edição nº 44, março de 2011, mostra por que devemos conhecer os vinhos nacionais de Bento Gonçalves

ENQUANTO ISSO NO BRASIL

Gabriela Monteleone*

No mês passado, tive uma experiência deliciosa. Fui acompanhar a colheita e as primeiras etapas da produção de um de nossos espumantes lá no Rio Grande do Sul. Depois de algumas horas tomando um belo chá (de cadeira) no aeroporto, por causa do mau tempo em Porto Alegre, minha principal preocupação era com as uvas que, com a chuva na época da colheita, poderiam ficar com maturação e sanidade comprometidas. Após mais duas horas de carro até Bento Gonçalves, fui brindada com um dia sem chuva e uma bela visita às áreas de cultivo da região do Vale dos Vinhedos.

Berço das uvas
Vale dos Vinhedos é o berço das uvas utilizadas na produção da maioria dos espumantes. Fica situado na Serra Gaúcha e compreende os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. Nessa região, boa parte da produção fica por conta de Chardonnay e Pinot Noir (para os espumantes), porém conta ainda com a produção de Ancelotta, Gamay, Cabernet Sauvignon e Merlot, entre outras, além da produção de uvas de mesa, que produzem sucos de uva saborosíssimos. (Foto: Gilmar Gomes - Prefeitura de Bento Gonçalves)
Inovações técnicas e conceituais

Além da compreensão geográfica, a cultural é essencial para nos conectarmos com os vinhos brasileiros, feitos em sua maioria por imigrantes italianos. As várias inovações, não só conceituais, mas também tecnológicas, são bastante eficazes para a vitivinicultura - desde uma conscientização para a melhor forma de conduzir os vinhedos, até o investimento altíssimo em maquinário - e mostram que os produtores não estão para brincadeira. Máquinas como a Lazo TPC (que faz um controle de pragas e da sanidade dos vinhedos sem utilização de agrotóxico, e sim por um jato de ar quente nas uvas), tanques inoxidáveis e laboratórios extremamente precisos para as análises de produção fazem com que o panorama se torne cada vez mais profissional e competitivo. Devido ao processo de produção diferenciado do espumante, que muitas vinícolas fazem pelo método tradicional (aquele em que a segunda fermentação ocorre na garrafa), o investimento encarece. Dificuldades climáticas e financeiras à parte, é necessário termos o mínimo de conhecimento em relação aos produtos nacionais, a fim de formarmos parâmetros para comparação com os de outros países.

Diferença de quatro séculos

Ao ser questionada sobre a produção de vinhos em terras brasileiras, uma grande produtora de vinhos da Bourgogne, na França, deu uma das respostas mais honestas e brilhantes que já ouvi: "Sim, o Brasil pode fazer bons vinhos, porém o que o difere em relação à Europa, por exemplo, são pelo menos quatro séculos de produção vinícola". Mesmo assim, estamos avançando, já apresentando vinhos feitos de maneira correta que podem ser bebidos de forma muito prazerosa, e também algumas pequenas boas surpresas.

*Graduada em Gastronomia, com especialização em Enogastronomia, e maître-sommelier do restaurante Gero, em São Paulo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O vinho no cinema - Sideways, entre umas e outras


José Luiz Teixeira (do Blog Imprenso, logo existo!)

Sideways – Entre Umas e Outras, dirigido pelo americano Alexander Payne, está no rol das comédias românticas. Por minha conta e risco, classifico-o como um raro “eno-cult-road-movie”, safra 2004, pois mistura um pouco de tudo. Uma espécie de “assemblage”, como diria um bom conhecedor de vinhos.
“Eno”, vinho em grego, é o pano de fundo para essa história, que se passa em meio aos vinhedos californianos (se bem que o termo poderia remeter àquele famoso sal de fruta, devido ao excesso de degustações dos personagens principais).
Um dos filmes preferidos por enólogos, enófilos e bons gourmets, recebe mais um rótulo: “Cult” - gênero que agrega grupos de fãs devotos, faça sucesso ou não, pouco importando a opinião da crítica especializada. A fama crescente decorre geralmente do sistema "de boca em boca". De email em email. De tuíte em tuíte. Do Orkut ao Facebook. Por pombos-correios. Em torno deste tipo de obra gravita uma legião de admiradores que conhece cada detalhe da produção, do enredo.
Além disso, é visto inúmeras vezes pelo admirador, sempre sujeito a permanentes releituras. “Blade Runner”, o caçador de andróides, é um dos maiores exemplos (qual o significado do unicórnio nos sonhos de Rick Deckard/Harrison Ford? Hein? Hein?). “Blade” teve uma audiência considerável. “Sideways” não. Alcançou fama apenas no País de origem, mas passou ao largo do circuito comercial do Brasil. Entretanto, aqui e acolá, tem os seus fãs de carteirinha: este que vos escreve e mais um monte de amantes de um bom vinho fino.
“Sideways” é também um “road-movie”, pois o personagem principal, Miles, põe o pé na estrada – não como caroneiro, como reza a cartilha de Jack Kerouac. Nem chega a ser um Sá, um Rodrix, um Guarabira ou um Guevara na arte de transitar por caminhos poeirentos. Ele se desloca com o próprio automóvel, com o objetivo principal de afogar as suas maiores mágoas do momento, explicitadas nesta ordem: (1) desilusão amorosa com a ex-esposa; (2) o fracasso editorial de um romance que escreveu; e (3) por estar se achando um lixo de pessoa.
O roteiro de Miles (Paul Giamatti) abrange uma das principais regiões vinícolas americanas, o Vale de Santa Inez, na Califórnia. Mal de grana, ele captura os trocados escondidos por sua mãe. Hospeda-se num hotel de terceira. Vai beber vinhos baratos.
Ele viaja na companhia do amigo Jack (Thomas Haden Church), que transforma a ocasião numa despedida de solteiro, pois o altar o espera na volta.  Péssimo apreciador de vinhos, Jack procura degustar o que mais lhe interessa nesta fase pré-núpcias: a garçonete liberal de uma cantina californiana. Mas ele tem como mérito principal ser uma espécie de inspirador para um filme de sucesso recente: “Se beber, não case”. E como bebe...
Pois bem. Miles é um fracasso como escritor, um fiasco como marido. Busca a própria redenção naquilo que entende bastante, a arte de degustar um bom vinho, mesmo que seja de preço acessível. Entre uma vinícola e outra, experimenta novos vinhos, novos sabores, novas relações sociais.
 Em certo momento do filme, ele expõe a sua preferência pela uva Pinot Noir, cuja mensagem, captada pelos sidemaníacos, fez aumentar as vendas desta casta em 20% nos Estados Unidos. Em outro trecho do filme, Miles faz a execração pública dos tintos merlot, cuja mensagem, também captada pelos fãs, derrubou as vendas deste varietal! Deu para entender agora o que é um filme “Cult”?
O mais curioso é que Miles guarda em casa, para um grande acontecimento, uma garrafa de vinho francês Château Cheval-Blanc, safra 1961, região de Bordeaux, feito com base nas uvas...merlot! Bem volúvel o nosso sommelier!
Mas, afinal, o que o motivará a abrir o raríssimo “Bordeux” quase no final do filme? Para saber, basta assisti-lo, ora. Lembra das garçonetes que eu citei mais acima? Não digo quem fica com quem, mas que elas mandam bem em termos de vinho...
Também sou sincero em afirmar que não deve ser fácil encontrar o DVD nas locadoras. Talvez os telecines da vida o reprisem um dia desses (ou vários dias desses, eh, eh).  Se tiver alguma habilidade na internet, tente baixar via torrent, antes que proíbam. Ou busque no camelô mais próximo de sua residência.
Se nada disso der resultado, e não for amigo de algum sidemaníaco, a única saída é criar o seu próprio roteiro, o Sideways 2: encarnar o espírito de Miles e viajar para o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Uma vinícola está grudada na outra. A degustação é livre. De taça em taça, você sorve na prática garrafas inteiras de vinho em questão de horas. Já fiz isso em viagem de turismo. Imagine o dia em que eu estiver na pior comigo mesmo, ou souber que quase ninguém leu esta crônica...
 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Vinhos brasileiros conquistam dez novos mercados

Foto: José Luiz Teixeira

As sete vinícolas brasileiras presentes na Vinexpo 2011, em Bordeaux, na França, encerram sua participação no evento comemorando sua entrada em dez novos países, além da ampliação das vendas em mercados que já importavam seus produtos. Diante dos ótimos resultados obtidos, a previsão é de que, neste ano, o Brasil ultrapasse a meta inicial de aumentar em 90% suas exportações de vinhos em relação ao ano passado.

Com os negócios fechados na Vinexpo, oito países passam a contar com novas vinícolas brasileiras em seus mercados: China, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Bélgica, Luxemburgo, Estônia e Canadá. Além disso, pela primeira vez, os vinhos do Brasil serão vendidos no México e na Venezuela, aumentando de 27 para 29 o total de países para onde a produção brasileira é exportada.

A feira em Bordeaux também foi importante para que as vinícolas Boscato, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo, Pizzato, Salton e Vinibrasil ampliassem suas vendas em países onde já estão presentes, como, por exemplo, os Estados Unidos, a China, a Grã-Bretanha, a Holanda e a própria França, anfitriã da Vinexpo.

Os franceses em breve já poderão comprar mais vinhos e espumantes da Miolo e conhecer os tintos da Casa Valduga, que até agora comercializava no país apenas sua linha de espumantes. Além disso, a famosa loja de vinhos Lavinia fará uma degustação exclusiva de rótulos brasileiros de 6 a 11 de novembro de 2011, em sua sede no bairro de Madeleine, em Paris.

“Aumentar nossa presença no mercado francês é uma conquista fundamental para os vinhos brasileiros, pois se trata de um país onde os rótulos importados competem em um nicho pequeno e onde o consumidor é altamente exigente”, explica Andreia Gentilini Milan, gerente de exportações do projeto Wines of Brasil, uma parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção e Exportação (Apex-Brasil).

Com os resultados obtidos pelas vinícolas brasileiras na Vinexpo, o projeto Wines of Brasil estima que as exportações de vinhos do país superem a expectativa inicial de aumentar 90% em relação ao ano passado, quando o faturamento alcançou US$ 2,3 milhões. “Está é a melhor feira de que já participamos. Os vinhos do Brasil não são mais vistos como uma curiosidade exótica e, sim, como produtos de qualidade, preparados para atender os mercados mais competitivos do mundo”, afirma Milan.

Para ela, a marca “Brasil” também é um grande atrativo que não deve ser esquecido. “Nosso país está vivendo um grande crescimento econômico, será sede da Copa do Mundo em 2014 e terá a Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016. Este bom momento do Brasil dá credibilidade aos nossos vinhos”, reforça.

Os expositores brasileiros notaram uma presença maior de grandes importadoras e distribuidoras europeias, americanas, canadenses e asiáticas no stand do Wines of Brasil. “Até pouco tempo atrás, éramos nós que íamos bater à porta delas, mas agora são elas que estão nos procurando. Vou guardar em um cofre os cartões dos contatos da feira deste ano”, afirma Morgana Miolo, gerente de exportações da Miolo.

No primeiro trimestre deste ano, as exportações de vinhos engarrafados do Brasil cresceram 144% em relação ao mesmo período de 2010. Além disso, no ano passado, o Reino Unido passou a ser o maior importador dos vinhos brasileiros, em transações que movimentaram 385% a mais do que no ano anterior. Também em 2010, o valor médio por litro exportado pelas empresas que lideram o ranking das exportações brasileiras cresceu 63%, o que indica que o Brasil está vendendo produtos de maior valor agregado.
Otimismo nas exportações

Seguindo uma grande tendência mundial no setor, o Wines of Brasil também está concentrado em expandir suas exportações no mercado asiático, principalmente em Hong Kong, um de seus oito mercados-alvo. Como parte da estratégia brasileira naquele continente, seis vinícolas irão ao Hong Kong International Wine Fair, em novembro. Os vinhos brasileiros também estarão, ainda este ano, em importantes eventos de degustação e promoção nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Finlândia e Cingapura.

Fonte: Revista Globo Rural

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vinho brasileiro é motivo de festa na Finlândia

Entrada do espaço de degustação dos vinhos brasileiros em Kuopio. (Foto: Antti Uusitalo)

Seis vinícolas gaúchas – Aurora, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo, Pizzato e Salton – tiveram seus vinhos e espumantes selecionados para participarem do Kuopio Wine Festival [Festival de Vinhos de Kuopio], edição 2011, que acontece desde o dia 1º de julho na cidade de Kuopio, na Finlândia Oriental. O evento termina no dia 9 de julho.
Durante toda a semana, os vinhos verde-amarelos estão sendo servidos com cardápios da culinária brasileira, embalados pelo samba e pela bossa nova. Todos os dias também ocorrem degustações guiadas sobre os rótulos brasileiros, abordando as características da produção nacional de vinhos.
As degustações duram meia hora em uma sala com capacidade para 80 participantes, que pagam 14 euros para saberem mais sobre os vinhos brasileiros.
Hoje, nenhum vinho brasileiro é comercializado na Finlândia. Depois do festival, a inclusão de rótulos verde-amarelos na carta dos estabelecimentos especializados é tida como certa. Segundo a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan, os compradores irão solicitar ao monopólio responsável pela compra e distribuição de vinhos na Finlândia que inclua os produtos brasileiros na licitação que será aberta em outubro ou novembro deste ano.
“Eles acreditam que a divulgação dos vinhos brasileiros que será feita pelo festival vai gerar uma demanda entre os consumidores, então, é preciso ter produtos à venda na Finlândia antes, durante e depois do evento”, observa Andreia.
A escolha dos vinhos brasileiros para participar do festival de Kuopio ocorreu após uma visita da comitiva finlandesa ao estande do projeto Wines of Brasil, realizado em parceria pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), na ProWein do ano passado, em Düsseldorf, na Alemanha.
 “É uma grande honra ter vinhos brasileiros escolhidos para participarem como homenageados deste importante festival de vinhos da Finlândia, voltado estritamente para os consumidores”, diz Andreia. Em 2009, os vinhos alemães foram o destaque do festival. Em 2010, foi a vez dos vinhos das ilhas do Mediterrâneo (Sicília, Creta, Maiorca e Córsega).
O evento (http://www.kuopiowinefestival.com/) acontece em pleno verão finlandês, em Kuopio, a maior cidade da Finlândia Oriental, com 90 mil habitantes, oferecendo muita música, comida e vinhos. O festival acontece na Vila do Vinho, no porto, às margens do lago Kallavesi.

Curiosidades locais

- O Kuopio Wine Festival acontece todos os anos, sempre com um país homenageado.
- Kuopio é uma cidade da região da Savônia do Norte na província da Finlândia Oriental. Tem cerca de 90 mil habitantes e é a maior cidade da Finlândia Oriental, ocupando uma área de 1.730 km².
- A cidade é rodeada pelo lago Kallavesi e muitas das suas partes foram construídas em ilhas.
- Kuopio é conhecida por ser o berço dos pastéis de peixe finlandeses Kalakukko, pelo dialecto Savo, pela colina de Puijo e pela torre de Puijo, que oferece ao visitante uma vista magnífica da região. A colina de Puijo recebe também uma competição anual de salto em esqui.
- É conhecida como o centro cultural da Finlândia Oriental, oferecendo diversos eventos importantes como o festival de dança de Kuopio e o festival de vinho de Kuopio.
Fonte: Ibravin

Julia Harding elogia qualidade crescente dos vinhos do Brasil

Julia Harding, braço direito da mais famosa crítica de vinhos do mundo, Jancis Robinson, acaba de divulgar suas opiniões sobre os vinhos brasileiros no site http://www.jancisrobinson.com/. E a avaliação é altamente positiva. 
No site, ela publica notas de degustação de 138 rótulos de 16 vinícolas (Aurora, Casa Valduga, Don Giovanni, Don Guerino, Don Laurindo, Dunamis, Geisse, Lidio Carraro, Miolo, Piagentini, Pizzato, Perini, Peterlongo, Salton, Sanjo e Santo Emílio) que ela provou no Brasil.
A última vez que Julia havia degustado os produtos verde-amarelos foi há seis anos, quando estava selecionando rótulos de produtores para a 6ª edição do Atlas Mundial do Vinho. “Não tenho dúvida dos progressos que têm sido conquistados desde então, não apenas nos vinhos mais ambiciosos, mas também nos baratos vinhos varietais”, destaca.
As notas atribuídas aos vinhos brasileiros foram de 15 a 18, numa escala cuja pontuação máxima é 20. Teve apenas um 14,5. A maioria dos rótulos ganhou 17 de nota média – índice conferido aos melhores vinhos do mundo por Julia Harding e Jancis Robinson.
Dois vinhos (Lidio Carraro Elos Cabernet Sauvignon/Malbec 2008 e Lidio Carraro Quorum Grande Vindima 2005) e um espumante (Cave Geisse Brut 1998) receberam as maiores notas (18) entre os 138 produtos verde-amarelos degustados.
“Os vinhos brasileiros se saíram muito bem. Grandes vinhos franceses de Bordeaux e Borgonha costumam receber notas de 17 a 18, assim como os champagnes franceses”, compara a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.
Na comparação  entre os vinhos degustados e os espumantes nacionais, fartamente elogiados no mundo, Julia vê mais potencial nos vinhos brasileiros do que nos espumantes."A meu ver, os espumantes estão no ápice, enquanto os tintos ainda têm muito a ser explorados”, vaticina.
Na degustação, a britânica verificou diferentes estilos dentre os rótulos degustados. Ela gostou bastante do estilo geral, que mantém o frescor da fruta, a pureza e o álcool moderado. “O vinho brasileiro é leve e prazeroso, pode ser bebido mais de uma taça”, observa. “A qualidade me impressionou, especialmente porque não provei nenhum vinho ruim ou defeituoso. Ao contrário, todos estavam bem balanceados, desde os mais baratos aos mais caros”, elogia.

Preferências

As variedades mais apreciadas por Julia nos vinhos brasileiros foram Cabernet Franc, Tannat, Cabernet Sauvignon e a Merlot. Mas ela fez uma ressalva importante. “Há muito Merlot no mercado”. Julia ficou surpresa com a jovialidade dos vinhos brasileiros. “Mesmo após quatro, cinco anos, eles mantém muita fruta e frescor. Por isso os vinhos do Brasil não são exóticos, são sim frescos e puros”, sentencia.
Sobre os espumantes, Julia diz que os elaborados pelo método Charmat se destacaram mais, até porque ela esperava mais complexidade nos do método tradicional. “Devo abrir uma exceção para os espumantes feitos pelo método tradicional da Vinícola Geisse”, salienta.
Segundo Julia, os espumantes brasileiros têm mais fruta e são bem mais interessantes do que os Prossecos e as Cavas com preços de até 6 libras. Acerca dos espumantes moscatéis, que na Inglaterra concorrem com os Astis, ela acha as borbulhas brasileiras mais delicadas e com mais qualidade.
A respeito dos vinhos brancos, a britânica diz que não degustou amostras suficientes para ter um parecer. Julia recomenda que seria um erro focar em uma variedade emblemática para representar o Brasil. “É melhor trabalhar algumas que sejam fortes, mas também não procurem centenas de variedades”, sugere.
Uma crítica feita por Julia é a influência demasiada de sabor doce de carvalho americano, mesmo quando usado com moderação, que contrastava com o frescor da fruta e a acidez brilhante. Para encerrar, ela aposta em um bom futuro para os vinhos e espumantes brasileiros, desde que se mantenha boa qualidade por um bom preço, mantendo os frescos e bem equilibrados estilos, com álcool moderado e indo além das variedades tradicionais, como Merlot e Chardonnay.

Visita

A primeira visita de Julia Harding ao Brasil ocorreu de 1º a 4 de março deste ano na Serra Gaúcha, a convite do Projeto Imagem Internacional do Wines of Brasil, realizado em parceria pelo Ibravin e pela Apex-Brasil.
Junto com o norte-americano Theodore Michael Luongo, jornalista independente da revista Wine Enthusiast, uma das mais importantes dos Estados Unidos, Julia Harding visitou nove vinícolas (Miolo, Pizzato, Casa Valduga, Geisse, Perini, Aurora, Lidio Carraro, Don Guerino e Salton) e degustou produtos de outras sete empresas – Dunamis, Don Laurindo, Don Giovanni, Peterlongo, Piagentini, além de Sanjo e Santo Emílio, do Planalto Catarinense.
Nos dias 6 e 7 de março, Julia e Loungo assistiram aos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro no camarote da Apex-Brasil na Marquês de Sapucaí, que foi abastecido por vinhos e espumantes brasileiros. “O interesse de uma das mais importantes conhecedoras de vinhos do Brasil, braço direito de Jancis Robinson, é um reconhecimento sobre o estágio avançado de qualidade que os vinhos brasileiros alcançaram”, afirma a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.
Ela lembra que entre os livros escritos e editados por Jancis Robinson e Julia Harding está o conhecido Atlas do Mundo do Vinho, que cita os vinhos brasileiros.
O norte-americano Theodore Michael Luongo veio com uma missão especial: produzir um suplemento exclusivo sobre os vinhos brasileiros para a revista Wine Enthusiast, que será publicado em setembro.

Resumo das avaliações de Julia Harding

- Acidez fresca e álcool moderado – bebível e digerível e bom acompanhamento para comidas
- Sabores puros e brilhantes da fruta sem ser muito doces ou pesados – e a fruta parece ser notável ao se manter fresca num primeiro plano até mesmo após vários anos engarrafada.
- Equilíbrio e sutileza em todos os níveis de preço.
- Bem elaborados – não degustei nenhum vinho com problemas ( embora não esteja dizendo que não exista nenhum)
- Não são maduros demais ou oxidados – e não geralmente OTT e não muita evidência de carvalho demasiado.
- Vinhos tintos secos possuem fruta fresca que não parece desaparecer e não são muito doces.
- Taninos saborosos e secos.
- Os vinhos brancos foram os menos impressionantes (embora eu tenha degustado muito poucos)
- Os espumantes têm mais sabor que qualquer Cava ou Prosecco.
- Espumantes elaborados pelo método tradicional, com algumas exceções como Geisse, geralmente não demonstram muito caráter autolítico e não sobressaem facilmente espumantes método Charmat.
- Muitos espumantes pelo método Charmat estavam deliciosamente frescos e vivos.
- Rosés secos demonstram potencial (embora digam que é difícil vendê-los no mercado doméstico).
- Algo que não mencionei mas que me incomodou em alguns vinhos foi o gosto adocicado influenciado pelo carvalho americano, até mesmo quando usado em moderação, o qual parecia se relevar pelo frescor contrastante da fruta e acidez marcante. O custo relativo do carvalho americano x francês são a razão óbvia pela prevalência do primeiro, mas eu argumentaria pela utilização de mais vinhos sem carvalho que revelam a pureza da fruta.
Fonte: Ibravin

                                                                               Fotos: Orestes de Andrade Jr.
Julia Harding diz que não provou nenhum vinho ruim ou defeituoso. “Ao contrário, todos estavam bem balanceados, desde os mais baratos aos mais caros”, declara, enaltecendo os progressos que têm sido conquistados nos últimos anos pelos vinhos do Brasil.